ENÉAS LOUR É ATOR, DRAMATURGO, CENÓGRAFO E DIRETOR TEATRAL

27 de fev. de 2010


COM SABOR

Apresso-me por ter-me
Querer-me
Assim é meu plexo:
Repleto de amor

Estou feliz
Se assim for.
Prefixo-me
Com sabor

Raiz, caule e folhas
Tudo em permanência.
Reflexo-me,
Filtro e latência

Aprendiz de viajante
Sou sempre, por meus olhos,
Atenta e amante.

Quero ser-te
Querer-te
- Se for amor -
Viver-te

Sonhar com teus abraços
De tão forte
Apertar-me em compassos.
Ser-me em boa sorte.

E deixar-me ficar
- Ganhar-me -
Soltar-me em laços.

Acordar-me.

(Texto de Fátima Ortiz / Ilustração de Enéas Lour)

EM VERSO


 


VERDURA - PAULO LEMINSKI

(CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)
(ILUSTRAÇÃO DE ENÉAS LOUR)

24 de fev. de 2010

O GRANDE DALAI LAMA


O GRANDE DALAI LAMA


"Seja a mudança que você quer ver no mundo."

"A arte de escutar é como uma luz
que dissipa a escuridão da ignorância."

"Na poça de lama
como no divino céu,
também passa a lua."


"Minha ignorância, meus apegos,
meu desejo, meus ódios! 
Eis aí, na verdade, os meus inimigos." 



22 de fev. de 2010

PAI




CAMPANHA : LEVE A SÚBITA PRA COLÔMBIA!

    A Súbita Companhia foi convidada para
participar do VIII Festival Alternativo de Teatro, 
importante festival que acontece no mês de abril
em Bogotá, Colômbia. 
Como a compnhia não ganhou as passagens,
lançou a campanha : 
"Leve a Súbita pra Colômbia". 
Você pode fazer isso comprando nossos 
bottons, camisetas, adesivos
e ajudando a divulgar nossos espetáculos,
é só ver a nossa programação!

 
(CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)

THE MUNSTERS

(clique na imagem para ampliar)
 
(fotomontagem de Enéas Lour)
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20 de fev. de 2010

18 de fev. de 2010

TURCIOS


 


ALBERTO MUSSA


 

Um dos autores brasileiros mais singulares
e premiados de sua geração, Alberto Mussa
lança seu quinto livro onde literatura e ensaio se confundem.
Após estudar os fragmentos de registros feitos pelo
frade André Thevet sobre a cultura indígena
durante a ocupação da Baía de Guanabara, em 1550,
e cotejá-los com as demais fontes dos séculos XVI e XVII,
o autor reconstituiu o que teria sido o texto original
de uma narrativa mitológica dos tupinambá 
do Rio de Janeiro.

"Disse uma vez que me interesso por distâncias,
históricas ou etnológicas. 
Não consigo escrever sobre o real,
o presente, sobre minhas experiências pessoais,
angustias ou frustrações. 
Minha literatura é uma busca 
pelo Outro, pela Diferença. 
É o que me estimula intelectualmente".

Alberto Mussa
  

17 de fev. de 2010

AMANHÃ COMEÇAMOS ENSAIAR



Amanhã começamos ensaiar

Hoje ainda estamos “aqui fora” do mundo
que inauguraremos amanhã,
quando entrarmos na sala de ensaios
para descobri-lo em seus universos.
Hoje ainda somos nós mesmos,
com nossas peles e pupilas e andares.
Amanhã iremos começar a mudar de casca
como a larva que em seu casulo se transformará
e criará asas de borboleta.
Amanhã começaremos a nos ver como outros.
Amanhã riscaremos a lápis nossas 
novas impressões digitais,
depois a nanquim e depois as tatuaremos 
por dentro de nossas caras,
em nossos corpos, em nossa memória, para sempre.
Amanhã teremos personagens novas
fazendo as nossas pernas andarem, 
o nosso suor escorrer,
os nossos olhos mudarem de cor.
Não seremos mais nós só mesmos, mas,
seremos ainda mais nós mesmos
do que hoje somos.
Emprestaremos à elas
– nossas novas inquilinas –
os nossos gestos, nossas gargantas e nossas vozes,
Daremos para as nossas personagens
o nosso tempo,
para experimentar com elas
nossas próprias vidas,
neste jogo tão sutil de metamorfoses
que chamamos Teatro.

Enéas Lour
Quarta-feira de Cinzas
Fev/ 2010

15 de fev. de 2010

FLAGRANTES DO CARNAVAL 01


Longe dos sambódromos e passarelas 
o premiadíssimo iluminador e light-designer
BETO BRUEL
em um momento de lazer dedicado à jardinagem
de sua casa em São Luiz do Purunã.
(na foto, de costas para a câmera)

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13 de fev. de 2010

EU INDICO HÉLIO BARBOSA

EU INDICO


O talento de ator, humorista e sapateador
do curitibano Hélio Barbosa,
hoje um dos comediantes mais requisitados 
no meio curitibano,
tornou-se ainda mais reconhecido 
no Brasil inteiro graças à sua desenvoltura
no palco do Domingão do Faustão.

No quadro “Pistolão”
– em que celebridades apadrinham
e apresentam novos talentos –
Hélio foi indicado pelo ator Guilherme Weber
e recebeu a primeira colocação,
conquistando mentes e corações dos brasileiros.

Além disso Hélio Barbosa é meu amigo e compadre.
Gente boa da melhor estirpe!

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GTCC


 

O GRUPO DE TEATRO DO CLUBE CURITIBANO
 COMEÇA A ENSAIAR DEPOIS DO CARNAVAL 
A PEÇA DE CARLO GOLDONI
"ARLECCHINO SERVITORE DI DUE PATRONI"
NUMA LIVRE ADAPTAÇÃO REALIZADA POR ENÉAS LOUR
 
LOGO DO GRUPO DE TEATRO DO CLUBE CURITIBANO
QUE HÁ CINCO ANOS É DIRIGIDO POR ENÉAS LOUR 
E ENCENOU CINCO MONTAGENS
- 2005 - "O CORCUNDA DE NOTRE DAME"
DE ENÉAS LOUR E MÁRIO SCHOEMBERGER
- 2006 - "OS ALEGRES FANTASMAS DO CLUBE"
- 2007 - "O GRAN CIRCO" E "ARI AREIA"
- 2009 - "BILHETES"
TODAS DE AUTORIA DE ENÉAS LOUR.

 
ALGUNS DOS INTEGRANTES DO 
GRUPO DE TEATRO DO CLUBE CURITIBANO
DURANTE A OFICINA DE CRIAÇÃO DE ADEDREÇOS
REALIZADA EM 2008 PARA A PEÇA
"O GRAN CIRCO"
Felipe Buquera; Eliane Berger; Mariane Pacheco Braga; 
Carlos Valente; Adriana Pillar; Enéas Lour; Mari Haro; 
Simone Nercolini; Marco Duboc; Carmen Moraes; Débora Fabre; 
Helena Khoeler; Sabine Villatore; Alissa Vardânega 
e Ana Mary Fortes (Coordenadora do Grupo)

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12 de fev. de 2010

WILSON BUENO


 

Meu tio Roseno, a cavalo

O fascínio pela aventura vivida por um tio,
dez anos antes do nascimento do narrador,
incita-o a recriar um sertão mítico na região 
de Guaíra, Paraná.
No livro Meu tio Roseno, a cavalo,
do paranaense Wilson Bueno,
o narrador é premido pela urgência
em grafar a lenda familiar.
A saga do tio precisa ser escrita. "Narrar é preciso..."
Mas, quando a tradição oral transforma-se em texto,
explodem as tensões lingüísticas iconizadoras das
situações-limite vividas pelo protagonista,
em uma região também limítrofe. 
No texto de Bueno, a natureza , as águas,
o céu ou o vento, poeticamente descritos,
numa linguagem de extremo rigor e riqueza,
caracterizam sinestesicamente o espaço da narrativa
em que o tempo mítico é regido pelo 
passo do cavalo zaino,
a confundir-se com os elementos da natureza,
impregnando-se dela, em seus sons, cheiros, 
cores e movimentos.
Vale a pena reler, tresler e desler tudo o que
foi magnificamente narrado nesta "fábula estrela " 
capaz de iluminar e apontar caminhos 
para a ficção brasileira contemporânea. 

Denise Azevedo Duarte Guimarães
Professora Msc. em Teoria da Literatura - UFPR/ UTP

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11 de fev. de 2010

EU INDICO : CHRIS MACEDO

 
 MONÓLOGO COM
 CHRISTIANE DE MACEDO

A peça trata de um desfile de 16 cenas.
Todas elas revelam uma mulher “À Beira Do”.
Mulheres à beira de um amor,
de uma reconstrução de vida,
de refazer-se, de revelar-se.
Traz à tona a possibilidadede tornar
palco e público cúmplices.
Uma atriz que vai tirando de dentro de 
uma pequena valise objetos que criam mulheres
que todos nós conhecemos,
nossas mães, nossas amigas e nós mesmas.
Construir para desconstruir,
revelar o grito, o gesto, o choro
e o riso sem censura. 
“À Beira Do” é um convite para
chegar no íntimo de cada espectador.

TEATRO JOSÉ MARIA SANTOS
DIAS 12 / 13 E 14 DE FEVEREIRO
 SEXTA E SÁBADO ÀS 20H
E DOMINGO ÀS 19H

UMA ESCOLA DE TEATRO DIFERENTE


 

LIVRO BACANA


 

(clique nas imagens para ampliá-las)

  

VIVA CHAVES!

 

En Caracas, un niño regresa de la escuela
a su casa, cansado y faminto y le pregunta
a su mamá:
- Mamá, que hay de comer?
- Nada, mi hijo.
- El niño mira hacia el papagayo
  que tienen y pregunta:
- Mamá, por qué no papagayo con  arroz?
- No hay arroz.
- Y papagayo al horno?
- No hay gas.
- Y papagayo en la parrilla eléctrica?
- No hay electricidad.
- Y papagayo frito?
- No hay aceite.

El papagayo contentísimo gritó:
 
PUTA QUE LO PARIÓ! ... VIVA  CHAVES!!!

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10 de fev. de 2010


 
No posto de gasolina, um frentista para o outro :

Mas eu não vou mesmo trabalhar no Carnaval!
Eu já disse pro Jorge:
Não vou perder o Carnaval aqui no posto! 
Você me conhece Jorge: eu não sou de brincadeira!

...


  

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GENTE NOVA NA PRAÇA!

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9 de fev. de 2010

MINIMALISTA


  

MINIMALISTA

Eram dezenas de flores amarelas na beira do lago,
em moitas, misturadas aos estames verdes das tabôas,
que se balançavam pra lá e pra cá, como crianças brincando.
O sol lavava o lago com uma cor avermelhada
e dava brilho com milhares de raios.
A tarde saracoteava pelo campo
e eu sentado na cadeira me balançava também,
pra lá e pra  cá,
como se fosse criança brincando devagar.
No mar azul do céu três navios-nuvens
ancorados em branco.
De repente, uma das flores amarelas enlouqueceu.
Jogou-se no ar e bateu asas, como uma borboleta amarela
idêntica às outras flores, porém, endoidada.
Voou essa flor bailarina por cima de nós
que a observávamos encantados na platéia:
eu e as outras flores amarelas.
Num gran-jeté-elancé e depois em pequenos deboulés glissé
a flor transformada em borboleta se exibia
e as outras murchavam amareladas de inveja
da menina voadora.
Os olhos dela, da ensandecida,
viam o lago de cima, duma perspectiva que as outras,
normais que eram,
nunca divisariam, pois que, presas aos caules,
como flores normais que eram,
jamais poderiam ver o lago como uma poça,
senão como enorme oceano circundante.
Ela - a flor suicida que se jogara no ar
feito borboleta amarela - não!
Ela via o lago todo incendiado naquela tarde.
Via as rãs dormitando a espera da lua,
para cantarem em coro;
via a noite vindo lá longe;
via a folha ao vento que com ela fazia o pás de deux;
via a minha cadeira de balanço e eu sentado ali;
via meus olhos correndo atrás dela pra lá e pra cá;
via meu sorriso em minha cara de velho assistindo
sua dança elétrica na paisagem
e via minha satisfação em vê-la arriscar-se
- intrépida bailarina -
no palco daquele dia estendido na beira do lago.
Depois anoiteceu e as rãs comentaram 
- críticas de arte que são -
a performance minimalista da flor insana,
entre si e para a lua.
Deram-lhe nota seis e a esqueceram.

Enéas Lour
Fevereiro de 2010
na beira do lago
em São Luiz do Purunã.

TRISTEZA : PENA BRANCA


TRISTEZA


O cantor José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca,
que durante muitos anos formou
dupla sertaneja com seu irmão,
Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho,
morreu ontem à noite em São Paulo
vítima de um infarto cardíaco.
Pena Branca tinha quase 50 anos
de carreira ao lado do irmão.
Músicas como “Tristeza do Jeca”,
"O Cuitelinho" e “Romaria
ficaram marcadas na carreira da dupla
que atuou até 08 de outubro de 1999,
data do falecimento de Xavantinho.

www.twitter.com/PantanalNews


TRISTEZA : OLGA BRUEL


TRISTEZA

 

Olga Maria Bruel Marques, irmã do Beto Bruel,
foi embora ontem, 8 de fevereiro de 2010.

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QUATRO


QUATRO

A fábula de hoje trata de um assunto
muito conhecido por todos nós:
As Quatro Faces Da Solidão!
E por quê quatro faces? 
Por que não três, ou cinco, ou nove faces?
Perguntariam e eu responderia :
- "Porque a solidão é como o espelho e, 
como se sabe,
todos os espelhos têm sempre quatro faces : 
a face externa, a face interna,
a face moderna e a face oculta.”
Minha fábula inicia há muito tempo atrás,
há anos e anos,
quando quatro mulheres fabulosas juraram
se encontrar sempre e sempre.
Quatro mulheres solitárias.
Aliás, não é só a solidão que se apresenta
sempre com quatro faces, não!
Quatro são as quatro estações do ano
- primavera / verão / outono / inverno.
Quatro são os elementos naturais
- água / fogo / terra e ar.
Quatro são as fases da lua 
- cheia / crescente / nova e minguante.
Quatro são os naipes do baralho 
- ouros / copas / paus e espadas.
Quatro são os pontos cardeais 
- norte / sul / leste e oeste.
Quatro são os evangelhos do novo testamento
- Marcos / João / Lucas / Mateus.
Quatro são os gostos que a língua sente: 
- salgado / doce / amargo / azedo.
E quatro são os quatro cavaleiros do apocalipse!

Assim, quatro eram também estas quatro mulheres fabulosas.
E, entre estas quatro mulheres, havia uma que era especial! 
Ela era diferente das outras três mulheres.
Era uma mulher forte! Decidida!
Liberada e Independente!.
Uma mulher à frente de seu tempo! 
Ela era linda, linda... linda!...
Os homens - e até as mulheres - a desejavam muito!
Nas festas, os homens não tiravam os olhos de suas pernas!
De seus seios! De seus olhos amendoados!
De seus lábios suculentos!
Mas, essa mulher especial apesar de ter todos
os homens a seus pés, era péssima!
Era terrível!
Era a mais terrificante das mulheres sobre a Terra!
E além disso era ciumenta e mais: 
Ela era obsedada por organização:
quando ela ia a um supermercado comprava só os ovos
que faltassem na gaveta para completar
os espaços dos 12 ovos que cabem ali!
Espremia a pasta de dente embaixo para que saísse
somente o necessário para uma escovação!

Assim era ela, a mulher especial
entre as quatro mulheres fabulosas!
E, por ser assim,
esta linda mulher especial, era triste!
Queria ser alegre, mas, era triste!
Queria amar e ser amada, mas, era triste!
Queria beber o sol das manhãs, mas, era triste!

E triste seguia ela entre as mulheres do mundo,
como triste seguem os espelhos refletindo
tudo o que se lhes põem diante deles! ...

Texto de Enéas Lour 
para a peça teatral "As Fabulosas" de
Rafael Camargo

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