Meu tio Roseno, a cavalo
O fascínio pela aventura vivida por um tio,
dez anos antes do nascimento do narrador,
incita-o a recriar um sertão mítico na região
de Guaíra, Paraná.
No livro Meu tio Roseno, a cavalo,
do paranaense Wilson Bueno,
o narrador é premido pela urgência
em grafar a lenda familiar.
A saga do tio precisa ser escrita. "Narrar é preciso..."
Mas, quando a tradição oral transforma-se em texto,
explodem as tensões lingüísticas iconizadoras das
situações-limite vividas pelo protagonista,
em uma região também limítrofe.
No texto de Bueno, a natureza , as águas,
o céu ou o vento, poeticamente descritos,
numa linguagem de extremo rigor e riqueza,
caracterizam sinestesicamente o espaço da narrativa
em que o tempo mítico é regido pelo
passo do cavalo zaino,
a confundir-se com os elementos da natureza,
impregnando-se dela, em seus sons, cheiros,
cores e movimentos.
Vale a pena reler, tresler e desler tudo o que
foi magnificamente narrado nesta "fábula estrela "
capaz de iluminar e apontar caminhos
para a ficção brasileira contemporânea.
Denise Azevedo Duarte Guimarães
Professora Msc. em Teoria da Literatura - UFPR/ UTP
Professora Msc. em Teoria da Literatura - UFPR/ UTP
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