No fim da tarde vejo
um galho enfeitado de borboletas.
Vejo um gomo de laranja no sol,
um por-de-sangue nas nuvens
e um traço de anoitecer
riscado no céu com carvão.
Já, já, as estrelas abrirão seus olhos de criança
inaugurando mais uma noite madrasta.
São mil rãs rezando roucas no brejo
e mil mariposas dançando nuas à luz da lua.
O amanhã ainda está lá longe!
Dos mares do Japão, ele vem vindo.
Ainda tenho uma noite de sono
antes de abrir o pacote de surpresas
que o novo dia trará.
Folha em branco imaculada, perfeita,
é o dia de amanhã.
Futuro, mais que imperfeito, agora,
do que ainda se dará.
Enéas Lour
São Luiz do Purunã
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